quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quando é necessário procurar tratamento para meu filho?



Essa é uma dúvida de muitas mães, mas primeiro devemos pensar quais motivos levam uma criança a psicoterapia e o que está acontecendo com essa criança? Os sintomas, as queixas mais comuns são: queda no desempenho escolar, alteração no sono e no apetite, queixas somáticas, irritabilidade e raiva em demasia, timidez excessiva e ansiedade frente à separação dos pais.
 Independente dos sintomas, como saber quando se deve procurar um tratamento? Quando a situação aparece de forma freqüente e acompanhada de muita angústia da parte da criança e/ou dos pais. Uma crença dos pais é que quando a criança crescer vai melhorar automaticamente, o que se sabe que não é verdade, sendo assim a intervenção pode ser feita na infância mesmo por profissionais da área.
É comum também as crianças virem encaminhadas pela escola, por vários motivos, desde o bullying, que se caracteriza por agressões verbais e físicas contra os colegas até por dificuldade de concentração e aprendizagem. Nesses casos a escola costuma comunicar os pais e os mesmo se encarregam de procurar um psicólogo.
Outro motivo que trazem as crianças à terapia é muitas vezes conflitos dos pais que está afetando o filho, no caso uma separação, brigas constantes na frente da criança e morte de um parente próximo, nesses casos a criança pode desenvolver sintomas psíquicos e somáticos frente a essas dificuldades.
Hoje já podemos contar com tratamentos que começam muito cedo, não é necessário mais esperar o bebê crescer, existe terapeutas que trabalham com bebês desde os primeiros meses de vida e outros que atendem apenas crianças a partir de mais ou menos cinco anos de vida.
O que os dois têm em comum é que o bebê ainda não fala e a criança apesar de falar, não consegue verbalizar seus problemas psíquicos, logo é um atendimento diferenciado do adulto, mas mesmo assim existem algumas diferenças entre o atendimento de bebês e o de crianças.   
O atendimento de bebês se dá com a presença da mãe junto nas sessões, uma vez que eles são muito pequenos e ainda não falam. Nesses casos chamamos de leitura de bebês, leitura da relação entre mãe e filho. Já o infantil chama-se os pais para uma primeira entrevista, que pode durar de uma a três sessões e depois se atende à criança sozinha. Sempre bom lembrar que a presença do pai nas primeiras entrevista é muito importante.
Como as crianças não falam sobre seus problemas as sessões acontecem com o uso de brinquedos, desenhos, jogos, massinha de modelar, etc, a criança possui a capacidade de expressar seus conflitos em linguagem pré-verbal, isto é, através do brincar ela vai demonstrar seu mundo psíquico e assim por meio das brincadeiras mais a intervenção do profissional, vai poder elaborar e simbolizar aquilo que está vivenciando.
Sabemos que a infância é o período muito importante e que a criança é reflexo dos pais e das relações que vivenciou nos primeiros anos de vida. Ambientes com muitos conflitos e brigas geram na criança insegurança, ansiedade e uma série de sintomas que vão desde roer unhas, isolamento social a agressividade e medos. Já foi descoberto que as patologias dos adultos como depressão, síndrome do pânico, fobias, transtornos alimentares, as compulsões tem uma ligação muito íntima com a infância. Mas como garantir uma infância saudável?
 Essa pergunta é muito ampla para se responder, mas em primeiro lugar os pais devem de certa forma procurar resolver seus próprios problemas, porque outra crença errada é que: “eu tenho esse problema, mas não vou passar para meu filho”, o que não é verdade. É fácil perceber pais e filhos compartilhando o mesmo sintoma como: mania de limpeza, medos em comuns, preocupação exagerada com a aparência e o corpo. É algo mais comum do que se imagina perceber nas crianças os conflitos dos pais, aonde muitos pais não procuraram tratamento para si próprio, mas agora vêem obrigados a procurar para os filhos. Nesses casos quem deve ir para o psicólogo os pais ou o filho? A resposta certa seria os dois, diferente do que muitas pessoas pensam tratar os pais não significa que o problema da criança vai se resolver.

Daniela Bittencourt -Psicóloga CRP 12/07184

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