Essa é uma dúvida
de muitas mães, mas primeiro devemos pensar quais motivos levam uma criança a
psicoterapia e o que está acontecendo com essa criança? Os sintomas, as queixas
mais comuns são: queda no desempenho escolar, alteração no sono e no apetite,
queixas somáticas, irritabilidade e raiva em demasia, timidez excessiva e
ansiedade frente à separação dos pais.
Independente dos sintomas, como saber quando
se deve procurar um tratamento? Quando a situação aparece de forma freqüente e
acompanhada de muita angústia da parte da criança e/ou dos pais. Uma crença dos
pais é que quando a criança crescer vai melhorar automaticamente, o que se sabe
que não é verdade, sendo assim a intervenção pode ser feita na infância mesmo
por profissionais da área.
É comum também as
crianças virem encaminhadas pela escola, por vários motivos, desde o bullying,
que se caracteriza por agressões verbais e físicas contra os colegas até por dificuldade
de concentração e aprendizagem. Nesses casos a escola costuma comunicar os pais
e os mesmo se encarregam de procurar um psicólogo.
Outro motivo que
trazem as crianças à terapia é muitas vezes conflitos dos pais que está
afetando o filho, no caso uma separação, brigas constantes na frente da criança
e morte de um parente próximo, nesses casos a criança pode desenvolver sintomas
psíquicos e somáticos frente a essas dificuldades.
Hoje já podemos contar
com tratamentos que começam muito cedo, não é necessário mais esperar o bebê
crescer, existe terapeutas que trabalham com
bebês desde os primeiros meses de vida e outros que atendem apenas crianças a
partir de mais ou menos cinco anos de vida.
O que os dois têm
em comum é que o bebê ainda não fala e a criança apesar de falar, não consegue
verbalizar seus problemas psíquicos, logo é um atendimento diferenciado do
adulto, mas mesmo assim existem algumas diferenças entre o atendimento de bebês
e o de crianças.
O atendimento de
bebês se dá com a presença da mãe junto nas sessões, uma vez que eles são muito
pequenos e ainda não falam. Nesses casos chamamos de leitura de bebês, leitura
da relação entre mãe e filho. Já o infantil chama-se os pais para uma primeira
entrevista, que pode durar de uma a três sessões e depois se atende à criança
sozinha. Sempre bom lembrar que a presença do pai nas primeiras entrevista é
muito importante.
Como as crianças
não falam sobre seus problemas as sessões acontecem com o uso de brinquedos,
desenhos, jogos, massinha de modelar, etc, a criança possui a capacidade de
expressar seus conflitos em linguagem pré-verbal, isto é, através do brincar
ela vai demonstrar seu mundo psíquico e assim por meio das brincadeiras mais a
intervenção do profissional, vai poder elaborar e simbolizar aquilo que está
vivenciando.
Sabemos que a
infância é o período muito importante e que a criança é reflexo dos pais e das
relações que vivenciou nos primeiros anos de vida. Ambientes com muitos
conflitos e brigas geram na criança insegurança, ansiedade e uma série de
sintomas que vão desde roer unhas, isolamento social a agressividade e medos.
Já foi descoberto que as patologias dos adultos como depressão, síndrome do
pânico, fobias, transtornos alimentares, as compulsões tem uma ligação muito
íntima com a infância. Mas como garantir uma infância saudável?
Essa pergunta é muito ampla para se responder,
mas em primeiro lugar os pais devem de certa forma procurar resolver seus
próprios problemas, porque outra crença errada é que: “eu tenho esse problema,
mas não vou passar para meu filho”, o que não é verdade. É fácil perceber pais
e filhos compartilhando o mesmo sintoma como: mania de limpeza, medos em
comuns, preocupação exagerada com a aparência e o corpo. É algo mais comum do
que se imagina perceber nas crianças os conflitos dos pais, aonde muitos pais
não procuraram tratamento para si próprio, mas agora vêem obrigados a procurar
para os filhos. Nesses casos quem deve ir para o psicólogo os pais ou o filho?
A resposta certa seria os dois, diferente do que muitas pessoas pensam tratar
os pais não significa que o problema da criança vai se resolver.
Daniela
Bittencourt -Psicóloga CRP 12/07184
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