segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Felicidade a pronta - entrega

Será que podemos comprar a felicidade? Ligue e compre que entregamos em sua casa, ou se preferir compre pela internet sem sair de casa. Será que tudo na vida tem um preço e pode ser comprado? O capitalismo nos diz que sim e nos oferece vários objetos para que deles se possa gozar, ele cria uma demanda de compras como uma necessidade e incentiva o consumismo de comprar mais e mais. A felicidade para muitas pessoas está associada ao ter objetos de consumo, muitas vezes o prazer aparece apenas na hora da compra podendo levar depois a um arrependimento, ou muitas vezes a pessoa nem chega a usufruir o que comprou.
Para a Psicanálise o homem é sujeito da falta, logo se algo falta cria-se um desejo. Para preencher essa falta procura-se um objeto externo na tentativa de se fazer completo. Por objeto podemos entender qualquer coisa que ofereça ao sujeito uma satisfação e um prazer.
A quantidade de ofertas sedutoras de objetos que prometem tamponar o furo, o vazio, e dar a ilusão de completude, de um gozo intenso e imediato é o que mais existe na sociedade moderna. Mas será que existe um objeto capaz de trazer a felicidade? Ofertas é o que não faltam, mas a felicidade está associada ao comprar? Ou dito de outro modo o sentido da vida é consumir?
Dessa forma cria-se uma demanda infinita, mais e mais, pelas infinidades de objetos que existem. Quando a pessoa consegue o que tanto queria ela passa a desejar outra coisa e essa dinâmica se repete diversas vezes, porque a própria definição de desejo para psicanálise é sempre desejo de outra coisa, é movimento, porque o homem nunca vai deixar de desejar. De certa forma é um não quer saber da sua própria dor, própria falta, não quer se deparar com o vazio, a solidão, mas sabemos que a angústia é um afeto que não se pode fugir, nem por meio das compras, uma vez que o prazer obtido no ato da compra é tão passageiro.
Compra consciente será que isso é possível? Para isso seria necessário levar em consideração apenas o que é necessidade, o indispensável para viver, mas sabemos que o ser humano é feito de desejos, vontades e pulsões e que ele não consome por necessidade, mas por prazer. Isso é o que o diferencia do animal, que age apenas por necessidade. O desejo também não vem do nada, estão associadas às fantasias inconscientes infantis, aquelas construídas na infância e que foram reprimidas no inconsciente, mas que de certa forma determina o comportamento do adulto, na medida em que é na infância que se construí a personalidade.
Mas como saber diferenciar uma compra por prazer de uma compulsão por compras? Até aonde isso é benéfico e aonde se torna prejudicial? Constatar se há ou não uma compulsão é até digamos uma tarefa fácil, o mais difícil é cessar com esse comportamento prejudicial à pessoa e acabar com esse círculo vicioso, mas para isso é preciso analisar primeiro as causas inconscientes que levam ao consumismo, quais as fantasias infantis envolvidas e qual prazer inconsciente está por trás desse funcionamento, tudo isso devido à maioria das pessoas não saberem o porquê consomem tanto, só sabem dizer que isso as fazem feliz, que gostam de comprar, mas podemos dizer que isso não é tudo, que há bem mais coisas inconscientes que mantêm essa demanda infinita de mais e mais.


Daniela Bittencourt – Psicóloga - CRP 12/07184.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Escola de Psicanálise Sigmund Freud

Convida para Atividade: Psicanálise e Cinema

Estamira é um filme documentário brasileiro dirigido por Marcos Prado e lançado em 2005. Estamira é uma senhora de mais de 60 anos que apresenta distúrbios mentais, vivia e trabalhava (à época da produção) no aterro sanitário de Jardim Gramacho, local que recebe os resíduos produzidos na cidade do Rio de Janeiro.

“ A CRIAÇÃO É TODA ABSTRATA. O ESPAÇO INTEIRO É ABSTRATO. A ÁGUA É ABSTRATA. O FOGO É ABSTRATO. TUDO É ABSTRATO. ESTAMIRA TAMBÉM É ABSTRATO. TUDO QUE É IMAGINÁRIO TEM, EXISTE, É. SABIA QUE TUDO QUE É IMAGINÁRIO EXISTE E É E TEM? POIS É. OS MORROS, AS SERRAS, AS MONTANHAS... PAISAGEM E ESTAMIRA... ESTAMAR, ESTASERRA...ESTAMIRA TÁ EM TUDO QUANTO É CANTO, TUDO QUANTO É LADO. ATÉ MEU PENSAMENTO MESMO VÊ, TODO MUNDO VÊ ESTAMIRA. EU ESTAMIRA, SOU A VISÃO DE CADA UM. NINGUÉM PODE VIVER SEM MIM. E EU ME SINTO ORGULHO E TRISTEZA POR ISSO. PORQUE ELES, OS ASTROS NEGATIVOS OFENSIVOS, SUJAM O ESPAÇO E QUERER-ME. QUERER-ME, E SUJA TUDO.”

Filme: Estamira
Local: Livraria Fátima: Praça Nereu Ramos, 186, sala 02, Centro - Criciúma.
Data: 08.12.2011 ás 19:30
Participação:
Marx Vamerlatti, cineasta, diretor de fotografia do longa Catarinense "Muamba".
Hugo Silva, psicanalista da Escola de Psicanálise de Sigmund Freud

Atividade Aberta e Gratuita.

Escola de Psicanálise Sigmund Freud


Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A Psicose em Sigmund Freud

As primeiras publicações de Freud onde se encontra o termo psicose foram em seu texto “As neuropsicoses de defesa” (1894), onde ele
escreve que na psicose opera uma espécie de defesa muito mais poderosa e bem-sucedida que a da neurose, em que o eu rejeita
(Verwerfung) a representação incompatível, juntamente com seu afeto como se esta jamais tivesse ocorrido.
Em 1924 Freud escreve o texto “Neurose e Psicose”, onde relata que a neurose e a psicose se originam nos conflitos do ego. Diante de
uma tensão conflitual o ego pode permanecer fiel á sua dependência do mundo externo e tentar silenciar o id ou se deixar derrotar pelo id e,
portanto ser arrancado da realidade. Em suas palavras: “A neurose é resultado de um conflito entre o ego e o id, ao passo que a psicose é o
desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o ego e o mundo externo”.
Ainda em 1924 em “A perda de realidade na Neurose e na Psicose”, ele demarca a distinção entre neurose e psicose e identifica que o que
determina o destino neurótico e o psicótico é o fato de que na neurose o ego obedece às exigências da realidade e recalca as reivindicações
pulsionais. Já na psicose o ego está sob o domínio do id e se afasta da realidade. O delírio seria então uma forma do ego tentar reconstruir
uma nova realidade de acordo com os desejos do id. Na neurose temos a predominância da realidade enquanto que na psicose temos à
predominância do id.
Sabemos que foram poucas as considerações de Freud para o entendimento da psicose, porém ainda hoje a Psicanálise dedica-se a
estudar seus textos e faz uso dos mesmos critérios de diagnósticos empregados por ele, isso porque as estruturas clínicas permanecem as
mesmas: neurose, psicose e perversão, ou seja, a maneira como cada um lida com a castração, que por sua vez nos remete a forma de cada
sujeito se a ver com o sexo, o desejo, a lei, angústia e a morte.
A Escola de Psicanálise de Sigmund Freud convida a todos interessados a estudar a Psicose a participar do grupo de estudo (gratuito).
Local: R. Cel. Pedro Benedet, 488, sala 305, ás 19:30.
Programação:
• 18/08/2011- As Neuropsicoses De Defesa (1894 - volume III) e Observações Adicionais Sobre As Neuropsicoses De
Defesa (1896 - volume III)
• 01/09/2011- Rascunho K: A Correspondência Completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess. 1887-1904, editado
por Jeffrey M. Masson – Imago Editora Ltda.
• 22/09/2011 - Neurose e Psicose (1923-1925 - volume XIX)
• 06/10/2011- A Perda de Realidade na Neurose e na Psicose (1923-1925 - volume XIX).
• 20/10/2011- Caso Schreber (1911-1913 volume XII).
• 10/11/2011- Caso Schreber (1911-1913 volume XII).
• 24/11/2011 – Caso Schreber (1911-1913 - volume XII).
• 08/12/2011 – Psicanálise e Cinema (Livraria Fátima, 19:30h)

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Afinal, o que quer uma mulher?

A Psicanálise surgiu a partir da clínica do feminino, foi com suas pacientes histéricas que Sigmund Freud começou a desenvolver toda a sua teoria. O que afinal quer uma mulher é uma questão que o levou a teorizar sobre o desejo feminino. Tentarei a esta pergunta, tomando-a, também, como minha, farei um recorrido sobre o tema a partir de Freud e Lacan.
Iniciarei pela fase pré-edípica, onde a mãe é o primeiro objeto de amor da criança, tanto para o menino quanto para a menina. Freud atribuía a essa fase, uma importância muito grande na vida das mulheres. Mas, nos coloca que algo precisa acontecer para que a menina abandone a mãe e escolha o pai como objeto de amor, ou seja, saia dessa fase e entre no complexo de Édipo.
A entrada da menina no complexo de Édipo se dá como conseqüência da comparação entre os sexos, quando a mesma percebe o pênis de um irmão, ou colega; sente isso como uma injustiça feita a ela e percebe-se como castrada, desta ocasião em diante torna-se vítima da inveja do pênis.
Sabemos a partir de Freud que uma característica da sexualidade infantil é a suposição que todos têm o falo. Quando a menina percebe a diferença anatômica entre os sexos e descobre-se castrada, isso a leva a abandonar a mãe como objeto de amor pelo fato dela responsabilizar sua mãe pela falta de pênis nela, por ter sido desse modo, colocada em desvantagem.
Seu afastamento da mãe não se dá de uma só vez, pois no início a menina considera a sua castração como um infortúnio individual, somente depois percebe que as outras mulheres também são castradas, assim como sua mãe. Com a descoberta que a mãe é castrada torna-se possível abandoná-la como objeto, porque seu amor estava dirigido a sua mãe fálica. (Freud, 1933, p 126).
A vida sexual da menina é regularmente dividida em duas fases, a primeira possui um caráter masculino, ao passo que apenas a segunda é especificamente feminina. Isto devido ao clitóris se comportar como um pênis. Sendo assim, a menina precisa fazer a passagem do clitóris para a vagina, para atingir a feminilidade.
O abandono do clitóris enquanto zona erógena e da mãe enquanto objeto amoroso são derivados da inveja do pênis e constituem as duas condições necessárias, segundo Freud, para a constituição da verdadeira feminilidade. O papel da inveja do pênis é fundamental para se compreender a sexualidade feminina.
O afastamento da mãe constitui um passo extremamente importante para o desenvolvimento de uma menina. Com o afastamento da mãe a masturbação clitoriana, não raro cessa também, e com bastante freqüência quando a menina reprime sua masculinidade prévia. A transição agora para o objeto paterno é realizada por tendências passivas, o que abre o caminho para o desenvolvimento da feminilidade. (Freud 1931, p 247)
Segundo Freud, a partir do momento em que a menina se descobre como castrada, partem três linhas de desenvolvimentos possíveis: a primeira conduz a inibição sexual ou a neurose, a segunda, modifica o caráter no sentido do complexo de masculinidade e o terceiro seria a feminilidade normal. (Freud 1933, p 126).
Somente se o desenvolvimento da menina seguir o terceiro caminho, é que ela atingirá a atitude feminina normal, indo buscar no pai o pênis que a mãe não lhe deu, ou o seu equivalente simbólico, o filho.
A menina precisa então se separar de sua mãe e passar pelo pai para se tornar mulher. O desejo que a leva a voltar-se para o pai, seria o desejo de possuir um pênis (falo), que a mãe lhe recusou e que agora espera obter de seu pai. No entanto a situação feminina só se estabelece se o desejo de obter um pênis for substituído pelo desejo de um bebê , isto é, se um bebê assume o lugar de pênis. A maternidade para Freud seria então uma forma de se conseguir o falo, através da substituição do pênis pelo bebê.
Podemos pensar, então, que para Freud a solução da feminilidade estaria dada pela via da maternidade, porque através do filho ela poderia tornar-se completa, anulando assim a sua castração, mas de qualquer modo, era uma saída via falocentrismo. Porém mesmo Freud no final da sua obra se dá conta de que isso não é suficiente para responder os mistérios do enigma da feminilidade e assim conclui que a referência ao falo não esgota a questão da feminilidade.
Para Lacan, não é via Édipo que se entende a mulher, ele formaliza uma saída além do Édipo. A maternidade não seria uma saída para as mulheres, porque o filho é substituto do falo, e essa seria também uma saída fálica.
“O Édipo produz o homem, mas não produz a mulher” (Soler, 2005, p 17), porque do lado masculino, um menino pode assumir um traço de identificação, com aquele que ele supõe possuir o falo, ou seja, seu pai. O pai deixa uma marca, uma identificação viril, o menino encontra via Édipo uma identificação, o falo, já a menina sai do Édipo sem essa identificação. Lacan, no Seminário 20, Mais Ainda, coloca que a mulher não possui um significante que a nomeie. Falta um significante que daria conta do sexo feminino.
Tudo o que uma mãe pode transmitir para sua filha, enquanto traço simbólico suporte da identificação é o falo. A falta da mãe com relação à filha deve ser então vista como uma dupla falta, a falta do significante de uma identidade feminina, e a falta do falo.
A menina vai buscar algo que venha dar conta do significante da feminilidade, porque a identificação masculina não vai dizer a ela o que é uma mulher, e o pai, só pode passar para seus filhos o significante falo.
Com efeito, a função do pai consiste em introduzir o sujeito na lei do falo, e se este significante do falo é insuficiente, por definição, para significar aquilo que seria a feminilidade propriamente dita, o resultado é que a significação induzida pela metáfora paterna fica sempre incompleta, insuficiente para atribuir a um sujeito seu lugar de mulher. A identificação fálica só faz sublinhar a exclusão do ser feminino da representação. (Serge André, 1998, p 181)
A falta é estrutural, tanto para o homem como para a mulher e a castração é para todos. O falo, significante da falta, efetivamente se presta para representar, além da diferença sexual, a falta-a-ser gerada pela linguagem para todo e qualquer sujeito. Mas, em relação à mulher podemos falar em uma dupla falta: ausência do órgão que simboliza o falo e a falta que é estrutural, gerada a partir de entrada na linguagem.
Mas, o falo é um significante que de certa forma dá conta de dizer o que é um homem, já para a mulher não existe um significante que diga o que é a mulher, não há significante que a represente.
Para Lacan o centro do desejo feminino não estaria no desejo pelo pai, mas sim nos efeitos da perda que instaura a falta, o que institui a mulher como não - toda (fálica). Quer dizer se para Freud a verdade do desejo feminino estaria ligada à relação da mulher com a lei do desejo, o que seria sempre presentificado pelo pai, e na qual ela poderia vir a ser toda, através de um filho, para Lacan, a verdade do desejo feminino, ao estar ligado ao real da estrutura, apontaria a causa do desejo, produzindo não uma possibilidade de completude, mas um outro gozo, diferente do gozo fálico. (Jorge Forbes (org), 1996 p 84).
Ainda, no Seminário 20, Lacan nos diz que a mulher tem que passar pelo falo, gozo fálico, mas passa também por um gozo além do falo. Teríamos então o duplo gozo da mulher. Cada mulher é pelo menos em parte determinada pela função fálica, se ela não passasse pelo falo seria a psicose.
O gozo fálico é um gozo localizado, limitado e fora do corpo, o homem está totalmente aprisionado a ele. O Outro gozo é o gozo do Outro, gozo suplementar, é um gozo que não cai sob a barra do significante, um gozo foracluido da linguagem e do simbólico, deste gozo nada se sabe.
Voltando a pergunta do meu trabalho: Afinal, o que quer uma mulher? É uma pergunta pelo lado da falta, como se algo, um objeto pudesse vir a satisfazer o desejo feminino e acabar com a sua demanda. Porém, esse objeto não existe, a satisfação é sempre parcial e nenhum sujeito tem como escapar da sua própria castração.
As mulheres têm que ser tomadas uma por uma. Para o homem existe um significante universal: o falo, mas para a mulher não existe um significante universal que caracterize A mulher, que diga o que é A mulher, sendo que A mulher com letra maiúscula não existe, o que existe é apenas a condição feminina.
A inexistência de um significante próprio pode promover na mulher um círculo vicioso de exigências, reinvidicações e decepções, ficando a mulher condenada a sempre querer recuperar o que acha que perdeu, ou o que não recebeu. Essa reivindicação fálica é uma tentativa de mascarar a falta e a impossibilidade de definição. Ou, dito de outro modo, é um não querer saber da sua própria castração, é uma forma de apego ao falo. Cria-se, então, uma demanda infinita, mais, mais, mais, ainda. Essa seria a posição histérica, já que a histérica situa-se dentro da lógica fálica.
Porém Lacan propõe que a feminilidade se situa em outro lugar e se define por uma não definição, não havendo nem mesmo um significante para a mulher. Nesse sentido qualquer tentativa de identificação feminina pela via do significante está fadada ao fracasso, pois será sempre um modo de tentar enquadrar no registro fálico, do lado masculino.
Enquanto a histérica tenta escapar da sua própria castração, numa procura infinita de objetos que venham preencher sua falta, satisfazê-la, a mulher aceita a sua castração e admiti o seu ser em falta.
Trata-se de uma renúncia à ilusão da existência de um objeto que venha completá-la. Como a mulher é não toda na lógica fálica, significa dizer que há uma carência de significante, uma falta de representação, um significante faltoso, essa seria a definição de mulher.
Assim, a saída para o Édipo na mulher não é encontrar uma solução identificatória, mas ao contrário se defrontar com a impossibilidade de definição, que é o que há de mais próprio do feminino.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184.

Referencias Bibliográficas:

ANDRÉ, Serge. O Que Quer Uma Mulher? Tradução Dulce Duque Estrada, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FINK, Bruce. O Sujeito Lacaniano: Entre a Linguagem e o Gozo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FORBES, Jorge (org). Psicanálise: Problemas do Feminino. Campinas, São Paulo: Papirus, Coleção Biblioteca Freudiana, 1996.
FREUD, Sigmund. As Transformações da Puberdade: Diferenciação entre o Homem e a Mulher. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.VII, 1905.
FREUD, Sigmund. A Organização Genital Infantil: Uma Interpolação Na Teoria da Sexualidade.. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.XIX, 1923.
FREUD, Sigmund. A Dissolução do Complexo de Édipo. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.XIX, 1924.
FREUD, Sigmund. Algumas Conseqüências Psíquicas da Distinção Anatômica Entre os Sexos. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.XIX, 1925.
FREUD, Sigmund. Sexualidade Feminina. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.XXI, 1931.
FREUD, Sigmund. Feminilidade. In: Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v.XXII, 1933.
LACAN, Jacques. Seminário, Livro 20 mais, ainda. Texto estabelecido por Jacques Miller; versão brasileira de M.D. Magno, terceira edição, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
POMMIER, Gerard. A Exceção Feminina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, segunda edição, 1991.
SOLER, Colette. O que Lacan dizia das Mulheres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Afinal, o que quer uma mulher?

A sexualidade no homem não se reduz a sua anatomia, bem nos ensinou Sigmund Freud. Subvertendo o conhecimento sobre a sexualidade humana do final do século XIX, o pai da psicanálise a descobre, reinventando-a quando afirma que a sexualidade é construída na infância. Parece-nos pertinente a palavra descobre, na medida em que Freud desnuda o corpo da mulher histérica, ao mesmo tempo em que o inventa. Sua clínica inicia com elas, as histéricas. De lá para cá a psicanálise caiu na boca do povo, tanto quanto elas, Ana, Emmy, Lucy, Katharina, Elisabeth, Dora. Então podemos dizer que a psicanálise foi inventada (gestada) no vai e vem dos seus quadris.
Afinal, o que quer uma mulher? Pergunta-se Freud não para descrevê-la ou à sua beleza, mas para saber como uma criança dotada de certa disposição bissexual ascende ao feminino, tornando-se uma mulher.
Afinal, o que quer uma mulher? É uma questão que Daniela Bittencourt com Freud escreve um trabalho com suas reflexões partindo deste e chegando à Lacan.

A Escola de Psicanálise Sigmund Freud convida a todos os interessados em Psicanálise para a apresentação do trabalho:

Afinal, o que quer uma mulher?
Autora: Daniela Bittencourt- Psicóloga CRP: 12/07184
Formada pela EBP: Escola Brasileira de Psicanálise, no Curso de Formação em Teoria Psicanalítica de Florianópolis/ SC. Associada à Escola de Psicanálise de Sigmund Freud de Criciúma/ SC
Local: Livraria Fátima - Praça Nereu Ramos, 186, sala 02, Centro - Criciúma.
Dia: 04/08/2011 ás 19:30h - Atividade Aberta e Gratuita.

Débora Mabel Sonego Búrigo - Psicanalista

terça-feira, 17 de maio de 2011

O sintoma segundo a Psicanálise

Freud denominou sintoma, o que hoje conhecemos como patologias tais como: fobias, medos, ansiedade, depressão, anorexia, bulimia, obesidade, síndrome de pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), etc.

Os sintomas psíquicos são atos prejudiciais, ou pelo menos inúteis á vida da pessoa, que por sua vez, deles se queixa como sendo indesejáveis e causadores de sofrimento. O sujeito chega ao consultório de um psicanalista com um sintoma, dizendo que se sente mal por alguma coisa; quer seja um pensamento, uma atitude ou um acontecimento
O sintoma é algo que se repete, como um círculo vicioso, aonde muitas vezes o sujeito não consegue sair dele sozinho. O que se repete na verdade são os protótipos infantis, isso porque é na infância que se define tanto a personalidade, quanto a sexualidade, o sofrimento psíquico e o gozo. Para Sigmund Freud, o sintoma, tem sempre um sentido inconsciente, possui uma íntima conexão com as experiências pessoais do sujeito e está sustentado por uma fantasia infantil.
Partimos do princípio que o sujeito busca sempre coisas que lhe de prazer, até se deparar com algo á mais, com o além do princípio do prazer, algo que não segue a ordem do bem estar onde o sujeito faz coisas indesejáveis, ou que lhe cause sofrimento.
Se causa tanto sofrimento porque a pessoa continua fazendo? Porque aonde existe um sofrimento há também um prazer, se não houvesse prazer, não haveria a repetição. Que prazer é esse? Um prazer inconsciente. Isto quer dizer que: ao mesmo tempo em que a pessoa sofre, ela também sente prazer, por isso que é tão difícil conseguir parar de repetir e deixar de produzir sintoma.
O conceito de gozo criado por Lacan diz respeito a um prazer inconsciente e ao mesmo tempo desprazer na consciência. Para Lacan o ser humano é um sujeito dividido pelo seu inconsciente e a sua consciência. A Psicanálise não dá tanta importância ao sintoma, mas sim o gozo que está atrás dele, que faz com que o sujeito fique fixado no sintoma. Porque ali aonde o sujeito sofre e repete, existe um gozo. E o que a Psicanálise vai trabalhar é descobrir que gozo que está por trás das atitudes do sujeito e do seu sofrimento, para que ele possa deixar de sofrer com o sintoma e deixar de repetir.
Quando não se dá importância ao gozo que está por trás do sintoma, o sintoma retorna de outra forma. Essa sempre foi à queixa de Freud quanto aos tratamentos psíquicos que levam em consideração apenas á consciência, o sintoma, deixando de lado o inconsciente e o gozo, isso porque eliminar sintoma não equivale a curar a doença.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184