sábado, 18 de setembro de 2010

Como Trabalhamos com os Sonhos

Falar de sonho é sempre despertar a curiosidade do ser humano, muito já foi dito sobre o assunto, e por ser um tema polêmico muito ainda será dito. Seria um erro considerar que os sonhos não têm importância nenhuma e dizer que o mesmo não tem sentido. Os sonhos falam algo sobre a vida do sonhador, porém é muito difícil entender os sonhos porque eles vêm distorcidos e fragmentados, assim como é muito comum o esquecimento de algumas partes do sonho ao acordar ou o esquecimento total. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, já interpretava os sonhos de seus pacientes e para ele os sonhos são a realização de desejo inconsciente e infantil.
A Psicologia se ocupa de estudar os processos mentais, psíquicos e comportamentais do homem, e dentre eles estão os sonhos, por acreditar que os mesmos fazem parte desses processos e que podem contribuir no tratamento e na melhora dos pacientes. E foi pensando nisso que a Ceres: Associação de Apoio á Saúde Mental, juntamente com a UNESC, pós-graduação, organiza uma mesa redonda:

Como Trabalhamos com os Sonhos: A técnica de análise dos sonhos em diferentes abordagens Psicoterapêuticas.
Profissionais convidados:
• Eliane Berenice Frota Luconi: Psicóloga PUCRS, Analista do Instituto Junguiano do Rio de Janeiro. Presidente e membro Fundador do Instituto Junguiano.
• Ângelo Carlos Minieri: Psicólogo e Gestalterapeuta, Fundador da Configuração – Centro de Estudos e Atividade Gestalticas de Santa Catarina ( Florianópolis);
• Márcio José Dal Bó: Psiquiatra (UFPEL); Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de POA (IPA); Professor de Psiquiatria do Curso de Medicina da UNISUL
• Márcia Pereira Bernardes: Psicóloga clínica e psicodramatista, supervisora pela Febrap. Diretora de pesquisa, ensino e extensão da pós graduação de psicodrama da Locus Partner RH.

O evento está aberto para profissionais e para estudantes de psicologia, se realizará no dia 02/10/2010, no auditório da UNESC, das 8:30 ás 12:00h. O valor antecipado para estudantes é de 15 reais e no local 25 reais. Para profissionais o valor antecipado é de 20 reais e no local 35 reais. Será fornecido certificado ao final do curso e toda a verba obtida será revertida ns obras sociais da Ceres.
E a tarde será oferecido somente para profissionais, das 14:00 ás 17:00h, a Oficina dos Sonhos, preço único de 50 reais, e apenas 25 vagas. Para maiores informações e adquirir ingressos antecipados ligar para Ceres: (48) 34373655, das 13h30min ás 17:30.

Daniela Bittencourt – Psicóloga - CRP12/07184 - Membro Voluntário da Ceres: Associação de Apoio à Saúde Mental.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Psicanálise X Psicologia

Muitas pessoas acreditam que psicanálise e psicologia são a mesma coisa, o que não é verdade, são práticas terapêuticas bem diferentes, apesar de terem um objetivo em comum: melhora de seus pacientes, alívio de sintoma e de sofrimento. Apesar de se estudar psicanálise na faculdade de psicologia, a psicanálise não pode ser considerada uma abordagem de psicologia, porque seus objetos de estudo são diferentes, a psicologia estuda a consciência e a psicanálise o inconsciente, logo são dois trabalhos bem distintos. Pela consciência entendemos aquilo que a sujeito sabe sobre si mesmo, mas que às vezes não se deu conta e o inconsciente seria aquilo que o sujeito não sabe sobre si mesmo e não sabe por que está reprimido no inconsciente.
O psicólogo possui formação superior em psicologia, aonde estuda os processos mentais, tais como: sentimentos, pensamentos e comportamento. Ele realizará psicodiagnóstico, e psicoterapia, voltado ao aqui e agora. Tem como objeto de estudo o homem seus sentimentos e comportamento, atuará a partir da consciência do paciente, vizando uma mudança de comportamento e a eliminação do sintoma/ problema. A psicologia trabalha tentando dar insight ao paciente e tem como objetivo melhorar a sua qualidade de vida.
Para ser psicanalista é necessário possuir um curso superior, qualquer curso de graduação, não é necessário ser psicólogo para ser psicanalista. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, escreveu que para ser psicanalista era preciso um tripé: um curso de formação em psicanálise em uma instituição psicanalítica, supervisão dos casos clínicos, e análise pessoal, ou seja, é indispensável, que a pessoa que pretende ser psicanalista, faça análise da sua própria vida.
O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente, e ele se manifesta através da fala do paciente em um processo de análise, do sintoma, dos sonhos, das fantasias, mas é necessária uma escuta psicanalítica para ouvir o inconsciente do outro e a partir daí operar. A psicanálise também da muita importância à infância da pessoa, pois acredita que a personalidade e os sofrimentos psíquicos têm sua origem na infância, diferente da psicologia que trabalha o presente, o aqui e agora.
Enquanto a psicologia trabalha o problema em si, a queixa do paciente, no presente, um psicanalista irá trabalhar o que está por atrás daquela queixa, vai procurar quais as causas inconscientes que levaram o sujeito a esse sofrimento, vai se remeter ao passado, à infância, por isso a análise é um tratamento mais longo que a psicoterapia.
Para os psicanalistas o sujeito possui no sofrimento um gozo, gozo é um termo criado por Lacan, e diz respeito a um prazer inconsciente e ao mesmo tempo desprazer na consciência, ou seja: aonde o sujeito sofre, ele sente um prazer inconsciente, e por isso o repete, e muitas vezes não consegue sair da situação em que se encontra. Mas ao mesmo tempo em que seu inconsciente sente prazer, a pessoa sente dor, angústia, desprazer e culpa e por isso chega a um consultório com um sofrimento, do qual ele não está conseguindo dar conta sozinho, ou muitas vezes nem sabe ao certo porque sofre, ou porque não é feliz.
A formação de um psicanalista é muito mais demorada que a de um psicólogo. O tempo das sessões geralmente são iguais de cinqüenta minutos, uma vez por semana. É muito mais fácil encontrar um psicólogo do que um psicanalista, mas independente de ser psicólogo ou psicanalista é essencial procurar bons profissionais. Diferenças á parte, o mais importante é fazer um tratamento terapêutico, quando se tem indicação, seja ele psicoterapia ou análise, essa escolha fica a critério de cada pessoa, para que possa escolher qual gosta mais, ou qual mais se identifica.

Daniela Bittencourt - Psicóloga - CRP 12/07184