terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os sonhos e a vida psíquica

Para aqueles que infelizmente perderem a mesa redonda de Como Trabalhamos com os Sonhos, que aconteceu no último sábado dia 02/10/2010, na UNESC, evento realizado pela Ceres e o departamento de Pós Graduação da UNESC, resolvi postar no blog um artigo sobre os sonhos e a vida psíquica, segundo a Psicanálise, porque esta é minha abordagem de estudo e trabalho. Uma das perguntas aos palestrantes no evento que me chamou atenção era se as pessoas sonham todas as noites e às vezes não lembram, ou se tem pessoas que não sonham? A resposta foi que sonhamos sim todas as noites de quatro a cinco sonhos por noites, mas que nem sempre nos lembramos dos sonhos.
Dizer que os sonhos não têm importância nenhuma e que o mesmo não tem sentido seria um erro porque os sonhos dizem respeito á vida psíquica do sujeito. Freud interpretou os sonhos dos seus pacientes e para ele os sonhos são a realização de um desejo inconsciente e infantil. Todos os sonhos têm o mesmo sentido, embora possam parecer sonhos totalmente diferentes e sem nenhuma ligação entre eles.
Para Freud o sonho seria a manifestação de um desejo inconsciente, isto quer dizer que, no sonho o desejo se apresenta, se mostra, mas não se realiza. Mesmo quando os sonhos são desprazerosos, ou sonhos de angústia, ainda assim se trata de uma manifestação do desejo, lembrando que os sonhos sempre vêm distorcidos e fragmentados, e que esse desejo se trata de um desejo infantil.
O sonho é uma manifestação do inconsciente, o sonho fala sobre o sonhador. Por que então sonhamos com coisas que aconteceram no dia anterior? Porque o sonho utiliza-se dos restos diurnos; acontecimentos, pensamentos e preocupações para se ligar a um conteúdo inconsciente reprimido. Os restos diurnos não são capazes de produzir um sonho e o inconsciente precisa deles, para que o significado inconsciente do sonho não seja revelado. Por que é tão difícil entender os sonhos? Porque os sonhos vêm distorcidos e sem sentido, justamente para que a pessoa não entenda. Muito comum também é o esquecimentos de umas partes do sonho ao acordar, ou o esquecimento total, ao longo do dia.
E por que o inconsciente se manifesta nos sonhos e não se manifesta enquanto estamos acordados? Porque é durante o sono que as resistências diminuem e o material inconsciente consegue passar para á consciência, mas só de forma distorcida. O que está no inconsciente não se revela a consciência sem um trabalho de interpretação e análise, isso devido à repressão e a censura, que não permite o acesso direto ao inconsciente. O inconsciente a céu aberto, ou quando se tem livre acesso a ele, é porque não se tem repressão e ai não estamos falando de neurose, mas sim de psicose, uma outra estrutura clínica.
O inconsciente se manifesta também durante o dia, mas de outra forma: através do sintoma, atos falhos, chistes e esquecimentos. A Psicanálise trabalha com a interpretação dos sonhos no tratamento de doenças psíquicas, porque através da interpretação dos sonhos pode-se chegar ao conteúdo inconsciente. Porém tão importante quanto à interpretação dos sonhos é aquilo que o sujeito fala aquilo que se queixa e sofre, através da fala do sujeito também é possível chegar ao seu conteúdo inconsciente, num processo de análise. Chegando ao conteúdo inconsciente, isto é, o trazendo para a consciência, o mesmo vai poder ser elaborado, para que assim o sujeito possa ter alívio do seu sofrimento.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184

sábado, 18 de setembro de 2010

Como Trabalhamos com os Sonhos

Falar de sonho é sempre despertar a curiosidade do ser humano, muito já foi dito sobre o assunto, e por ser um tema polêmico muito ainda será dito. Seria um erro considerar que os sonhos não têm importância nenhuma e dizer que o mesmo não tem sentido. Os sonhos falam algo sobre a vida do sonhador, porém é muito difícil entender os sonhos porque eles vêm distorcidos e fragmentados, assim como é muito comum o esquecimento de algumas partes do sonho ao acordar ou o esquecimento total. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, já interpretava os sonhos de seus pacientes e para ele os sonhos são a realização de desejo inconsciente e infantil.
A Psicologia se ocupa de estudar os processos mentais, psíquicos e comportamentais do homem, e dentre eles estão os sonhos, por acreditar que os mesmos fazem parte desses processos e que podem contribuir no tratamento e na melhora dos pacientes. E foi pensando nisso que a Ceres: Associação de Apoio á Saúde Mental, juntamente com a UNESC, pós-graduação, organiza uma mesa redonda:

Como Trabalhamos com os Sonhos: A técnica de análise dos sonhos em diferentes abordagens Psicoterapêuticas.
Profissionais convidados:
• Eliane Berenice Frota Luconi: Psicóloga PUCRS, Analista do Instituto Junguiano do Rio de Janeiro. Presidente e membro Fundador do Instituto Junguiano.
• Ângelo Carlos Minieri: Psicólogo e Gestalterapeuta, Fundador da Configuração – Centro de Estudos e Atividade Gestalticas de Santa Catarina ( Florianópolis);
• Márcio José Dal Bó: Psiquiatra (UFPEL); Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de POA (IPA); Professor de Psiquiatria do Curso de Medicina da UNISUL
• Márcia Pereira Bernardes: Psicóloga clínica e psicodramatista, supervisora pela Febrap. Diretora de pesquisa, ensino e extensão da pós graduação de psicodrama da Locus Partner RH.

O evento está aberto para profissionais e para estudantes de psicologia, se realizará no dia 02/10/2010, no auditório da UNESC, das 8:30 ás 12:00h. O valor antecipado para estudantes é de 15 reais e no local 25 reais. Para profissionais o valor antecipado é de 20 reais e no local 35 reais. Será fornecido certificado ao final do curso e toda a verba obtida será revertida ns obras sociais da Ceres.
E a tarde será oferecido somente para profissionais, das 14:00 ás 17:00h, a Oficina dos Sonhos, preço único de 50 reais, e apenas 25 vagas. Para maiores informações e adquirir ingressos antecipados ligar para Ceres: (48) 34373655, das 13h30min ás 17:30.

Daniela Bittencourt – Psicóloga - CRP12/07184 - Membro Voluntário da Ceres: Associação de Apoio à Saúde Mental.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Psicanálise X Psicologia

Muitas pessoas acreditam que psicanálise e psicologia são a mesma coisa, o que não é verdade, são práticas terapêuticas bem diferentes, apesar de terem um objetivo em comum: melhora de seus pacientes, alívio de sintoma e de sofrimento. Apesar de se estudar psicanálise na faculdade de psicologia, a psicanálise não pode ser considerada uma abordagem de psicologia, porque seus objetos de estudo são diferentes, a psicologia estuda a consciência e a psicanálise o inconsciente, logo são dois trabalhos bem distintos. Pela consciência entendemos aquilo que a sujeito sabe sobre si mesmo, mas que às vezes não se deu conta e o inconsciente seria aquilo que o sujeito não sabe sobre si mesmo e não sabe por que está reprimido no inconsciente.
O psicólogo possui formação superior em psicologia, aonde estuda os processos mentais, tais como: sentimentos, pensamentos e comportamento. Ele realizará psicodiagnóstico, e psicoterapia, voltado ao aqui e agora. Tem como objeto de estudo o homem seus sentimentos e comportamento, atuará a partir da consciência do paciente, vizando uma mudança de comportamento e a eliminação do sintoma/ problema. A psicologia trabalha tentando dar insight ao paciente e tem como objetivo melhorar a sua qualidade de vida.
Para ser psicanalista é necessário possuir um curso superior, qualquer curso de graduação, não é necessário ser psicólogo para ser psicanalista. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, escreveu que para ser psicanalista era preciso um tripé: um curso de formação em psicanálise em uma instituição psicanalítica, supervisão dos casos clínicos, e análise pessoal, ou seja, é indispensável, que a pessoa que pretende ser psicanalista, faça análise da sua própria vida.
O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente, e ele se manifesta através da fala do paciente em um processo de análise, do sintoma, dos sonhos, das fantasias, mas é necessária uma escuta psicanalítica para ouvir o inconsciente do outro e a partir daí operar. A psicanálise também da muita importância à infância da pessoa, pois acredita que a personalidade e os sofrimentos psíquicos têm sua origem na infância, diferente da psicologia que trabalha o presente, o aqui e agora.
Enquanto a psicologia trabalha o problema em si, a queixa do paciente, no presente, um psicanalista irá trabalhar o que está por atrás daquela queixa, vai procurar quais as causas inconscientes que levaram o sujeito a esse sofrimento, vai se remeter ao passado, à infância, por isso a análise é um tratamento mais longo que a psicoterapia.
Para os psicanalistas o sujeito possui no sofrimento um gozo, gozo é um termo criado por Lacan, e diz respeito a um prazer inconsciente e ao mesmo tempo desprazer na consciência, ou seja: aonde o sujeito sofre, ele sente um prazer inconsciente, e por isso o repete, e muitas vezes não consegue sair da situação em que se encontra. Mas ao mesmo tempo em que seu inconsciente sente prazer, a pessoa sente dor, angústia, desprazer e culpa e por isso chega a um consultório com um sofrimento, do qual ele não está conseguindo dar conta sozinho, ou muitas vezes nem sabe ao certo porque sofre, ou porque não é feliz.
A formação de um psicanalista é muito mais demorada que a de um psicólogo. O tempo das sessões geralmente são iguais de cinqüenta minutos, uma vez por semana. É muito mais fácil encontrar um psicólogo do que um psicanalista, mas independente de ser psicólogo ou psicanalista é essencial procurar bons profissionais. Diferenças á parte, o mais importante é fazer um tratamento terapêutico, quando se tem indicação, seja ele psicoterapia ou análise, essa escolha fica a critério de cada pessoa, para que possa escolher qual gosta mais, ou qual mais se identifica.

Daniela Bittencourt - Psicóloga - CRP 12/07184

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Psicoterapia ao alcance de todos

Já não existem mais motivos, ou desculpas, para que uma pessoa deixe de procurar um tratamento psicológico, quando houver necessidade. Ter acesso a ele ficou muito mais fácil, não há mais porque dizer que não se tem condições financeiras para esse tratamento, porque se pode contar com esse trabalho de forma gratuita, como acontece nos postos de saúde e em ongs. A Ceres, Associação Criciumense de apoio à saúde metal, oferece tratamento psicólogo para pessoas que não tem condições de pagar por uma consulta particular. Os planos de saúde também oferecem esse tipo de tratamento e, além disso, existem diversos profissionais no mercado de trabalho.
Mas então me pergunto, porque será que muitas pessoas ainda não procuram esse tipo de tratamento? Será porque não precisam do mesmo, não o conhecem, ou será que infelizmente ainda existem muitas pessoas que acreditam que terapia é coisa para loucos, ou de gente desocupada? Ou será ainda que muitos carreguem consigo o preconceito de não aceitarem que precisam de tratamento, por acreditarem que conseguem resolver todos os seus problemas sozinhos?
O mito de que psicólogo é coisa de loucos, já caiu faz tempo, mas ainda há quem pense assim, assim como há os que pensam que terapia é uma futilidade e não uma necessidade. Quanto ao fato de não aceitarem que precisam de tratamento é algo bem difícil de lidar, porque se a pessoa não reconhece em si mesmo essa necessidade, como pode haver tratamento? O que é realmente uma pena porque muitas pessoas passam anos e anos na mesma situação por acreditarem que conseguem resolverem sozinhos e por não procurarem um tratamento adequado.
A terapia é um tratamento indicado para pessoas que por algum motivo, não importa qual for, sofram se angustiam e não conseguem lidar direito com isso, e como conseqüência esse sofrimento acaba afetando todas as áreas da vida da pessoa: profissional, pessoal, familiar, etc. O mais comum é procurar esse tipo de profissional quando existe um transtorno específico, como: depressão, ansiedade, síndrome do pânico, mas nem todos os sofrimentos são encaixados dentro de um transtorno e nesses casos também é indicado terapia.
A terapia é um caminho, para os que sofrem e querem resolver seus problemas, querem sair da situação em que se encontram e mudarem de vida. É um meio de se aprender a lidar melhor com os medos, anseios, frustrações e desejos Mas a humanidade ainda precisa conhecer se informar e livrar-se de seus preconceitos, para chegar a até ela.

Daniela Bittencourt – Psicóloga CRP 12/07184

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Grupo de terapia para pacientes ansiosos

A ansiedade é um sentimento difícil de descrever, assemelha-se a uma sensação ruim, um desconforto, algo indefinido, que pode vir acompanhado de um aperto no peito, coração acelerado, tremores, sensação de falta de ar e de frio na barriga. Ela é uma reação natural do ser humano em determinadas situações, como se fosse um sinal de alerta, para a pessoa se proteger de determinadas ameaças, uma reação normal e esperada para a auto - preservação.
Mas por outro lado existe a ansiedade patológica, aquela que está acima da média considerada normal e para diferenciar o que é normal e o que é patológico, é necessário levar em consideração alguns fatores: até aonde à ansiedade tem prejudicado a vida social, familiar e profissional do sujeito? Quantas vezes a pessoa sente esse desconforto e qual a sua duração? Diante de qual situação a ansiedade se apresenta? No geral, podemos dizer que um profissional psiquiatra ou psicólogo é a pessoa capacitada a diagnosticar se há ou não um transtorno de ansiedade.
Mas pode-se dizer que quando a ansiedade tem prejudicado a vida da pessoa como um todo isso passa a se tornar um problema que precisa ser tratado. No senso comum costuma-se dizer que essa pessoa é ansiosa, outros sintomas que podem estar acompanhados são: a irritabilidade, insônia, aumento ou perda de apetite, entre outros. Estudos comprovam que numero de pessoas ansiosas vem crescendo cada dia mais devido à vida atribulada dos dias atuais: o estresse no trabalho, as preocupações, cobranças do dia a dia, etc.
Foi pensando nisso que a Ceres, Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental, inaugura esse ano mais um grupo de terapias, destinado aos pacientes ansiosos. A Ceres é uma associação sem fins lucrativos, que conta com o apoio de profissionais voluntários, e surgiu do desejo de criar uma estrutura de apoio e atendimento á população carente, através de programas de prevenção, tratamento e manutenção da saúde mental.
O grupo de terapia tem duração de uma hora e meia por semana. Pessoas interessadas a participar do grupo, podem marcar uma entrevista com um psicólogo da Ceres e havendo a necessidade serão encaminhados para o grupo de terapia. Lembrando que hoje a Ceres funciona com mais grupos de terapias: Grupo de Terapia para Pacientes Depressivos e Grupo de Terapia para Pacientes Egressos de Hospitais Psiquiátricos. Telefone para contato(48) 34373655.


Daniela Bittencourt - Psicóloga- CRP 12/07184 - Membro voluntária da Ceres.