Fome de massa,
fome de pizza, fome de pão, fome de churrasco, o ser humano não come para
sobreviver, nem come apenas quando está com fome, ele come por desejo e por
prazer. Diferente do animal que quando está com fome, qualquer tipo de alimento
serve. Comer é uma necessidade biologia, mas como está associada ao prazer, muitas
vezes se confunde desejo, vontade com necessidade. A quantidade de alimento
ingerido em alguns casos é maior do que a necessidade biológica e em outros
muito menores. Qual a função que a comida tem tido
em sua vida?
A comida pode
perder seu real sentido e passar a servir para outras coisas como preencher o
vazio, esquecer as frustrações, tristezas, aliviar a ansiedade, o estresse e
dar fim na depressão. Porque será que algumas pessoas confundem desejo com
fome? Que prazer é esse que faz a pessoa comer, comer e comer, sem ter fim, sem
limite. Como parar e quando parar? Parece haver um conflito, não querer comer,
porém come-se em dobro em triplo. Que desejo é esse por trás de tanta comida? E
quando é o contrário evita-se comer, nega-se a comida, como uma negação da
própria vida. O que fazer?
Nutricionistas,
dietas, endocrinologista, remédios, inibidores de apetites, cirurgias
plásticas, exercícios físicos, diuréticos, laxantes, enfim esses são alguns dos
caminhos tomados para quem quer emagrecer, mas será que esses são os caminhos
certos?
É uma pena que
muitas pessoas acabam sofrendo com tamanha exigência consigo mesmo, exigência
essa culturalmente aceita aonde o ser magro é sinônimo de ser feliz, ser belo e
atraente e em alguns casos o ser magro é sinônimo de não ter problemas, porque
“quando eu emagrecer serei feliz, tudo dará certo”.
Isso me faz pensar
em pacientes pingue pongue que passam de médico a médico, de tratamentos a
tratamentos, dietas, nutricionistas e nada parece adiantar. Talvez isso
ocorra porque a primeira mudança tem que ser interna, no psiquismo, na mente,
apesar da maioria das pessoas fazerem o caminho oposto, começarem pelo corpo. Às
vezes o objetivo é alcançado, mas torna-se difícil manter essa mudança no corpo
se a forma de pensar não condizer com esse novo corpo.
A relação que a
pessoa estabelece consigo mesmo, com a comida, seja ela por excesso ou por
falta e o envolvimento do paciente com o tratamento, em busca de um saber, de
um conhecimento sobre sua própria história de vida, indicam que há um caminho
que precisa ser trilhado para se alcançar os objetivos almejados, mas esse
caminho começa de dentro para fora.
Daniela
Bittencourt – Psicóloga CRP 12/07184.
Nenhum comentário:
Postar um comentário