quarta-feira, 27 de março de 2013

Os excessos, o que você tem haver com eles?




Excesso de comidas, de bebidas, de sexo, de drogas, de compras, de trabalho, de amor, de dietas, de magreza, de peso, enfim excessos. Para a psicanálise o homem é sujeito da falta, logo se algo falta cria-se um desejo e para preencher essa falta o ser humano procura um objeto fora dele na tentativa de se fazer completo.
Por objeto podemos entender qualquer coisa que ofereça ao sujeito uma satisfação e um prazer. Aonde existe um excesso há também um prazer, por isso que às vezes é tão difícil de deixá-lo. A quantidade de ofertas sedutoras de objetos que prometem tamponar o furo, o vazio, e dar a ilusão de completude, de um gozo intenso e imediato é o que mais existe na sociedade moderna. Mas será que existe um objeto capaz de trazer a felicidade?      
 O capitalismo nos diz que sim e oferece vários objetos para que deles se possa gozar. A pessoa passa a acreditar que quando tiver tal coisa será feliz, quando fizer tal coisa será completa, o problema é que o sujeito percebe que quando consegue o que tanto queria, não era bem aquilo e passa a desejar outra coisa. Dessa forma temos como resultado uma geração de pessoas insatisfeitas e infelizes, por condicionarem sua felicidade a um objeto externo e por colocarem sua satisfação sempre no futuro, na ilusão de que um dia nada lha faltará.
O ser humano não quer saber da sua própria dor, própria falta, então sai literalmente se entupindo, de qualquer coisa que seja comida, roupas, trabalho, bebidas, para não se deparar com o seu próprio vazio, com a solidão e a angústia.
Mas será que é possível saber quando algo deixa de ser normal e vira um excesso? É muito difícil falar de um padrão de normalidade hoje em dia, mas o que se pode dizer é que algo se torna prejudicial quando há uma compulsão (quando a pessoa não consegue parar sozinho) e/ou quando provoca sofrimento. E o que causa esses excessos? Não existe uma única causa, a origem tem haver com toda a história de vida da pessoa, principalmente á infância.
       Se a psicanálise é a que aborda os “excessos” nessa cultura, também é a que aponta as saídas. Para Sigmund Freud não existe um método capaz de resolver o problema de todos, da mesma forma, porque cada pessoa é única. É através da própria fala do paciente, seu sofrimento, seu sintoma que se pode falar em tratamento, em um processo de análise.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184

Um comentário:

calliseastburn disse...

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