quarta-feira, 17 de abril de 2013

Voce quer o que deseja?



          Será que queremos realmente o que desejamos? Para a psicanálise querer e desejar são dois conceitos diferentes, ou seja, posso querer uma coisa conscientemente, mas inconscientemente não desejar essa mesma coisa, pois somos sujeitos divididos entre nossa consciência e nosso inconsciente e esse jogo de forças se faz presente em todo ser humano.
Quando falamos de consciência estamos falando daquilo que o sujeito sabe sobre si mesmo e quando nos remetemos ao inconsciente estamos ai designando um conjunto de conteúdos recalcados, conteúdos que são desejos e fantasias infantis, aquilo no qual o sujeito adulto não lembra porque está reprimido. Nesse sentido não deveríamos negligenciar a força do inconsciente quando alguém diz querer muito algo e não consegue realizar, uma vez o desejo inconsciente é muito mais forte do que o querer da consciência.
O inconsciente é aquilo que não cessa de se inscrever, sendo que Freud atribui que o sofrimento humano estava ligado a esse jogo de forças, aonde muitas vezes aquilo que seria consideração prazer inconsciente poderia aparecer ao mesmo tempo na consciência como um desprazer, um sofrimento para o sujeito.
Fica mais fácil pensarmos quando ouvimos algumas pessoas dizendo: quero tal coisa, mas não consigo, ou, quero parar com isso e não consigo, nesses casos é preciso analisar quais desejos inconscientes que fazem com que o sujeito não consiga realizar o que diz que tanto quer.
Logo sempre que pensarmos o ser humano temos que levar em consideração essas duas instancias psíquicas: consciência e inconsciente, que são dois registros diferentes e quando o inconsciente se satisfaz muitas vezes o sujeito entra em sofrimento seguido de arrependimento e culpa. Na maioria dos casos a pessoa nem sabe por que faz tal coisa, ou nem consegue dizer por que aquilo lhe causa sofrimento, ela apenas sente.
E é a partir do que a pessoa sente, fala e vive que a psicanálise vai poder trazer um saber sobre o que lhe acontece, não qualquer saber, mas o do inconsciente, para apaziguar o seu sofrimento.

Daniela Bittencourt – Psicóloga CRP 12/07184.

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