Será que queremos realmente o que desejamos? Para a
psicanálise querer e desejar são dois conceitos diferentes, ou seja, posso
querer uma coisa conscientemente, mas inconscientemente não desejar essa mesma
coisa, pois somos sujeitos divididos entre nossa consciência e nosso
inconsciente e esse jogo de forças se faz presente em todo ser humano.
Quando falamos de consciência estamos falando
daquilo que o sujeito sabe sobre si mesmo e quando nos remetemos ao
inconsciente estamos ai designando um conjunto de conteúdos recalcados,
conteúdos que são desejos e fantasias infantis, aquilo no qual o sujeito adulto
não lembra porque está reprimido. Nesse sentido não deveríamos negligenciar a
força do inconsciente quando alguém diz querer muito algo e não consegue
realizar, uma vez o desejo
inconsciente é muito mais forte do que o querer da consciência.
O inconsciente é aquilo que não cessa de se
inscrever, sendo que Freud atribui que o sofrimento humano estava ligado a esse
jogo de forças, aonde muitas vezes aquilo que seria consideração prazer inconsciente
poderia aparecer ao mesmo tempo na consciência como um desprazer, um sofrimento
para o sujeito.
Fica mais fácil pensarmos quando ouvimos algumas
pessoas dizendo: quero tal coisa,
mas não consigo, ou, quero parar com isso e não consigo, nesses casos é preciso
analisar quais desejos inconscientes que fazem com que o sujeito não consiga
realizar o que diz que tanto quer.
Logo sempre que pensarmos o ser humano temos que
levar em consideração essas duas instancias psíquicas: consciência e inconsciente,
que são dois registros diferentes e quando o inconsciente se satisfaz muitas
vezes o sujeito entra em sofrimento seguido de arrependimento e culpa. Na maioria
dos casos a pessoa nem sabe por que faz tal coisa, ou nem consegue dizer por
que aquilo lhe causa sofrimento, ela apenas sente.
E é a partir do que a pessoa sente, fala e vive que
a psicanálise vai poder trazer um saber sobre o que lhe acontece, não qualquer
saber, mas o do inconsciente, para apaziguar o seu sofrimento.
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