terça-feira, 13 de novembro de 2012

Somos o que pensamos?



Você já deve ter ouvido a expressão: somos o que pensamos, assim como somos o que comemos, somos o que compramos, somos o que fazemos. Será que a comida, as compras, o trabalho podem definir o ser humano? Há os que defendem que somos nossos pensamentos, por isso manter bons pensamentos, outros afirmam que somos o que comemos, porque a comida é uma das necessidades mais básicas do ser humano, além de muito importante no fator saúde e doença. Somos o que trabalhamos, porque passamos a maior parte de nossas vidas fazendo isso e somos o que compramos porque ali nosso desejo estaria colocado, num objeto de consumo.
Seria um erro definir o homem apenas á seu pensamento, ou á sua alimentação, aos seus afazeres e aos objetos de consumo, quanto mais dizermos que somos apenas uma dessas coisas. Eu diria um pouco mais, não somos nem a soma de todas essas coisas, no máximo tudo isso seria uma pequena parte de nos, uma característica, nossa consciência, aquilo que está na ponta do iceberg, como diria Freud. O que somos então?
O homem não é sujeito da razão, porque há algo que a razão não consegue explicar e esse algo é o inconsciente. Segundo a Psicanálise somos todo o restante do iceberg que se encontra embaixo da água, ou seja, no inconsciente. A maior parte da vida psíquica é inconsciente e apenas uma pequena parte do psiquismo é consciente.  Logo então somos aquilo que não sabemos que somos, porque ao inconsciente não temos acesso, só o que sabemos é o que pensamos, compramos,comemos e trabalhamos, mas tudo isso está situado na consciência, por isso que não podemos definir o ser humano com essas poucas e sutis coisas, existem mais coisas, muito mais...
Para a Psicanálise o sujeito é aonde goza, onde está situado o seu prazer e a sua repetição. O conceito de gozo criado por Lacan diz respeito a um prazer inconsciente e ao mesmo tempo desprazer na consciência. Para Lacan o ser humano é um sujeito dividido pelo seu inconsciente e a sua consciência, porque ali aonde o sujeito sofre e repete, existe um gozo, um prazer inconsciente. Ao mesmo tempo em que a pessoa sofre, ela também sente prazer, por isso que é tão difícil conseguir parar de repetir e deixar de produzir sintoma. Sigmund Freud denominou sintoma, o que hoje conhecemos de patologias psíquicas, como: fobias, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, transtornos de pânico, etc.
Somos sujeitos do inconsciente, somos em última instancia aquilo de mais íntimo que há em nós. Uma vez que o inconsciente se manifesta na repetição, no sintoma, no sofrimento, nos sonhos, nos atos falhos, nos esquecimentos e nos tropeços de linguagem, podemos dizer que não somos o que pensamos, muito pelo contrário, somos aonde não pensamos, somos definidos pelo nosso inconsciente.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184


Um comentário:

vanslawzagata disse...

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