quinta-feira, 29 de maio de 2008

Anorexia, Bulimia e Vigorexia.

Anorexia, bulimia e vigorexia são transtornos alimentares. Na anorexia, a pessoa come muito pouco, porque se acha gorda mesmo já estando abaixo do peso ideal. Na bulimia, a pessoa come muito em pouco tempo, de forma compulsiva e depois vomita ou não. Vigorexia, a pessoa se acha "magra" e quer ganhar massa muscular a todo custo, malha excessivamente, toma vários suplementos alimentares, quando não, “coisas mais pesadas”, para atingir seu objetivo.
Vivemos numa era narcísica, onde o culto ao corpo é muito evidente. As dietas radicais, as cirurgias plásticas, o excesso de exercício e o uso indevido de remédios, vêm crescendo cada vez mais, na promessa de obter o corpo perfeito e a eterna juventude. É fundamental compreender como a sociedade e seus membros pensam e se comportam em relação ao corpo e alimentação, para entender os transtornos alimentares. A cultura contribui para a produção e a manutenção desses transtornos.
A beleza fica no ideal de ego e, portanto, inatingível. Busca-se a “perfeição” e por isso há sempre uma insatisfação crônica em relação ao corpo, levando em consideração que a “perfeição” não existe. O medo de não ser bonita é vivido como ameaça de morte psíquica, por isso busca enlouquecida.
Qual é a parcela da cultura nesses transtornos? E qual é a parte do próprio sujeito? Até onde ele está implicado com o seu sintoma? O que da vida desse sujeito que o influenciou para esse caminho?
O que poderíamos dizer desse mal estar no corpo? E por que no corpo? Qual a relação do corpo com as doenças psíquicas? Freud já dizia que as doenças psíquicas se convertem para o corpo, é no corpo biológico que elas aparecem.
Como é o tratamento desses transtornos? A Psicanálise não trabalha o transtorno, mas sim o sujeito que sofre. E o que ela tem a dizer sobre esse sujeito? Que cada sujeito é único, que não existe ação e reação, causa e efeito nem uma receita pronta, ou um único método capaz de resolver o problema de todos, da mesma forma. A história de vida do sujeito está ligada á etiologia do transtorno e é preciso analisar a sua história, porque só assim poderemos tratá-lo.

Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica

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