Apesar de muitas pessoas pensarem que fazer análise é coisa de louco, ou desnecessária, a prática clínica comprova a sua importância bem como seus ótimos resultados. O mais difícil é admitir que precise de tratamento e reconhecer que a análise é para pessoas normais, que como todo mundo tem problemas e sofrimentos.
A principal diferença entre análise e terapia é que a análise é feita por um psicanalista e trabalha o inconsciente enquanto que a terapia é feita por um psicólogo e trabalha a consciência. Os psicanalistas geralmente são médicos ou psicólogos.
Infelizmente as pessoas não têm o costume de procurar um psicanalista quando estão com problemas psíquicos. E muitas ainda acreditam que apenas um remédio poderá curá-las, claro que em alguns casos o remédio é necessário, porém só o seu uso não cura a doença. O ideal é associar o remédio á análise. Porém vale lembrar que nem sempre é necessário tomar remédio quando há um sofrimento psíquico.
Enquanto a causa do problema não for tratada fica muito difícil obter melhoras. A história de vida do sujeito está ligada à etiologia da doença e é preciso analisar toda a sua história, para chegar à origem do sofrimento psíquico e assim poder tratá-lo. O tratamento psicanalítico é feito através da fala, porque é por meio dela que o psicanalista poderá atuar no mundo simbólico do paciente.
A Psicanálise é sem dúvida uma resposta ao sofrimento psíquico, mesmos nos tempos atuais, aonde se procura resultados rápidos, quase que imediatos. O objetivo da Psicanálise é arrancar o problema pela raiz, e não o de podar-lhe o topo.
Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.
Um blog que pretende discutir a Psicanálise e tornar a sua prática mais difundida, bem como diferenciá-la da Psicoterapia. Voltado para pessoas interessadas no assunto, servirá para esclarecer alguns pontos da teoria e sua relação com a prática clínica.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
O sucesso de um análise, depende do analista ou do paciente?
Será que é o analista quem tem a função de colocar o tratamento no paciente? O resultado de uma análise depende somente do analista? Se dizermos que esse é um trabalho do analista, então o paciente não precisa se responsabilizar pelo seu próprio sofrimento e também com a sua melhora?
O trabalho é sim do analista, enquanto ele tem que vencer as próprias resistências por meio da análise pessoal, para que assim possa criar um espaço psíquico interior para receber a demanda de um paciente. É necessário que o analista faça análise da sua vida, porque ele irá no tratamento com seu paciente até aonde foi na sua análise pessoal. Só assim estará apto para atender, visto que no tratamento psicanalítico não é utilizado apenas a teoria, mas também a escuta do inconsciente.
Porém o sucesso de uma análise não se dá somente pelo trabalho do analista, devido o sujeito estar implicado com o seu sintoma e a sua dor psíquica. Logo será necessário à colaboração do paciente, para que o mesmo fale. Isso porque a cura em Psicanálise se dá pela palavra e a transferência, sem as quais nada um Psicanalista pode fazer.
Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.
O trabalho é sim do analista, enquanto ele tem que vencer as próprias resistências por meio da análise pessoal, para que assim possa criar um espaço psíquico interior para receber a demanda de um paciente. É necessário que o analista faça análise da sua vida, porque ele irá no tratamento com seu paciente até aonde foi na sua análise pessoal. Só assim estará apto para atender, visto que no tratamento psicanalítico não é utilizado apenas a teoria, mas também a escuta do inconsciente.
Porém o sucesso de uma análise não se dá somente pelo trabalho do analista, devido o sujeito estar implicado com o seu sintoma e a sua dor psíquica. Logo será necessário à colaboração do paciente, para que o mesmo fale. Isso porque a cura em Psicanálise se dá pela palavra e a transferência, sem as quais nada um Psicanalista pode fazer.
Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
O ser humano é um eterno insatisfeito?
Na medida em que a cultura vai mudando, mudam-se também os sintomas e sofrimentos psíquicos. Com o declínio dos ideais paternos, dos valores morais, vive-se numa época aonde se prioriza a liberdade, onde o certo e o errado se confundem, aonde vale tudo para ser feliz, faça o que tiver vontade é o que se prega. Em contraposição as gerações passadas, onde tudo era proibido, pecado e errado.
Numa sociedade em que é proibido proibir e aonde quase tudo é permitido, acaba levando o sujeito a uma busca de algo que nem ele sabe ao certo o que é. A busca de prazer, de coisas que proporcionam prazer.
Frente a essa modernidade a ciência responde com promessas de felicidades e de garantia de jovialidade, provocando no homem atual uma busca desenfreada aos objetos de consumo, oferecidos á pronta – entrega pelo mercado capitalista. Os objetos, que estão sempre fora do sujeito, com a “promessa” de satisfação total, eles enchem os olhos e fascinam o homem contemporâneo.
Cria-se a ilusão de que a felicidade está num objeto e que quando consegui-lo, conseguirá também a tal felicidade tão esperada. Porém não é isso que acontece. Quando o sujeito consegue o que tanto queria, percebe que não era bem aquilo e começa a desejar outra coisa e assim passa a vida inteira correndo atrás daquilo que lhe supostamente o fará feliz. O ser humano sempre quer mais, porque nunca está satisfeito e põe sua felicidade sempre no futuro, porque acredita que no futuro nada lhe faltará.
Já dizia Sigmund Freud, dentre os milhares objetos que existem, não existe um objeto que satisfaça totalmente o ser humano. Não existe o objeto absoluto, por objeto absoluto devemos entender aquele que tornaria possível a satisfação plena, por isso pode-se dizer que a angústia e a falta são sentimentos presentes no ser humano, que o constitui como um eterno insatisfeito.
Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.
Numa sociedade em que é proibido proibir e aonde quase tudo é permitido, acaba levando o sujeito a uma busca de algo que nem ele sabe ao certo o que é. A busca de prazer, de coisas que proporcionam prazer.
Frente a essa modernidade a ciência responde com promessas de felicidades e de garantia de jovialidade, provocando no homem atual uma busca desenfreada aos objetos de consumo, oferecidos á pronta – entrega pelo mercado capitalista. Os objetos, que estão sempre fora do sujeito, com a “promessa” de satisfação total, eles enchem os olhos e fascinam o homem contemporâneo.
Cria-se a ilusão de que a felicidade está num objeto e que quando consegui-lo, conseguirá também a tal felicidade tão esperada. Porém não é isso que acontece. Quando o sujeito consegue o que tanto queria, percebe que não era bem aquilo e começa a desejar outra coisa e assim passa a vida inteira correndo atrás daquilo que lhe supostamente o fará feliz. O ser humano sempre quer mais, porque nunca está satisfeito e põe sua felicidade sempre no futuro, porque acredita que no futuro nada lhe faltará.
Já dizia Sigmund Freud, dentre os milhares objetos que existem, não existe um objeto que satisfaça totalmente o ser humano. Não existe o objeto absoluto, por objeto absoluto devemos entender aquele que tornaria possível a satisfação plena, por isso pode-se dizer que a angústia e a falta são sentimentos presentes no ser humano, que o constitui como um eterno insatisfeito.
Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.
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