quinta-feira, 19 de junho de 2008

Interpretação dos sonhos

Seria um erro considerar que os sonhos não tem importância nenhuma e dizer que o mesmo não tem sentido. Os sonhos dizem respeito á vida psíquica do sujeito. Freud interpretou os sonhos dos seus pacientes e para ele os sonhos são a realização de um desejo inconsciente e infantil. Todos os sonhos têm o mesmo sentido, embora possam parecer sonhos totalmente diferentes e sem nenhuma ligação entre eles.
O sonho é uma manifestação do inconsciente, o sonho fala sobre o sonhador. Por que sonhamos com coisas que aconteceram no dia anterior? Porque o sonho utiliza-se dos restos diurnos; acontecimentos, pensamentos e preocupações para se ligar a um conteúdo inconsciente reprimido. Os restos diurnos não são capazes de produzir um sonho e o inconsciente precisa deles, para que o siginificado inconsciente do sonho não seja revelado. Por que é tão difícil entender os sonhos? Porque os sonhos vêm distorcidos e sem sentido, justamente para que a pessoa não entenda. Muito comum também é o esquecimentos de umas partes do sonho ao acordar, ou o esquecimento total, ao longo do dia.
E por que o inconsciente se manifesta nos sonhos e não se manifesta enquanto estamos acordados? Porque é durante o sono que as resistências diminuem e o material inconsciente consegue passar para á consciência, mas só de forma distorcida. O inconsciente se manifesta também durante o dia, mas de outra forma: através do sintoma, atos falhos, chistes e esquecimentos.
A Psicanálise trabalha com a interpretação dos sonhos no tratamento de doenças psíquicas, porque através da interpretação dos sonhos pode-se chegar ao conteúdo inconsciente. Porém mais importante que a interpretação dos sonhos é aquilo que o sujeito fala, aquilo que se queixa e sofre, através da fala do sujeito também é possível chegar ao seu conteúdo inconsciente, num processo de análise. Chegando ao conteúdo inconsciente, isto é, o trazendo para a consciência, o mesmo vai poder ser elaborado, para que assim o sujeito possa ter alívio do seu sofrimento.

Daniela Bittencourt - Psicóloga Clínica.

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