quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Afinal, o quer uma mulher?

A Psicanálise surgiu a partir da clínica do feminino, foi com suas pacientes histéricas que Sigmund Freud começou a desenvolver a toda sua teoria, foi ouvindo suas inquietações, queixas, angustias e seus sintomas. O que afinal, quer uma mulher é uma questão que o levou a teorizar sobre o desejo feminino.
Freud estava metido com as inquietações da alma feminina, e se indagava se existia algo que pudesse satisfazer o desejo feminino, algo que a fizesse feliz por completo e acabasse com a sua demanda de amor infinito. Até hoje não se sabe ao certo o que busca uma mulher, mas admitimos por ora que ela busca por intermédio do amor.
A sexualidade no homem não se reduz a sua anatomia, ou seja, não se nasce homem ou mulher, o que vai definir a sexualidade, independente do órgão sexual, são as primeiras experiências infantis, porque ali se constroem o desejo. A sexualidade é uma construção e se dá na infância, os primeiros anos de vida definem a personalidade, a sexualidade e a escolha de objeto amoroso.
Com isso Freud subverte todo o conhecimento que se tinha até então sobre a sexualidade, no momento que descobre que a mesma é construída nos primeiros anos de vida. Para o Pai da Psicanálise os problemas sexuais nos adultos têm sua origem na infância e não se pode negligenciar esse período tão importante quando falamos em tratamentos desses sintomas. É somente na puberdade que se pode falar em uma separação nítida entre a sexualidade masculina e a feminina.
Os homens também se perguntam sobre os mistérios da feminilidade e tentam entender e desvendar esse segredo, que diz respeito à mesma pergunta que Freud se fez há anos atrás: como acabar com a demanda infinita de uma mulher, que quer sempre mais e nunca está satisfeita? Como silenciar a alma feminina, cheia de desejos?
Essa não é uma tarefa fácil, mas Freud nos deixou como resposta que as mulheres têm que ser tomadas uma a uma, isso porque cada mulher é única e que antes de tentar entender o enigma da feminilidade é preciso olhar para trás, para o passado, para a infância, para o inconsciente, se não for assim o compreender a alma feminina torna-se uma tarefa quase impossível.

Daniela Bittencourt - Psicóloga CRP 12/07184